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Banco Mundial rompe veto histórico e volta a financiar energia nuclear em países em desenvolvimento 10611y

Presidente do Banco Mundial diz que instituição apoiará extensão da vida útil de usinas nucleares 1o1xe

Por Ernesto Neves Atualizado em 13 jun 2025, 15h03 - Publicado em 13 jun 2025, 15h01

Após mais de seis décadas de restrições, o Banco Mundial anunciou que voltará a financiar projetos de energia nuclear em países em desenvolvimento. A decisão marca uma virada histórica na política da instituição e visa atender à crescente demanda por eletricidade com fontes de baixo carbono.

A mudança ocorre em meio à pressão do governo Trump, um defensor declarado da energia nuclear, e ao reposicionamento da Alemanha — historicamente contrária ao financiamento atômico. Em maio, a nova coalizão liderada pelo chanceler Friedrich Merz indicou que deixará de vetar os esforços da França para equiparar a energia nuclear às fontes renováveis na legislação da União Europeia.

Segundo memorando obtido pelo Financial Times, o Banco Mundial considera a medida essencial diante da previsão de que a demanda elétrica nos países em desenvolvimento dobrará até 2035. Para atender a esse salto, os investimentos anuais em geração, redes e armazenamento precisam saltar de US$ 280 bilhões para US$ 630 bilhões. O setor privado será vital nesse processo, mas exigirá e da instituição por meio de garantias, participação acionária e financiamento subsidiado.

Em comunicado enviado a funcionários, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, afirmou que a instituição retomará sua atuação no setor nuclear em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O banco irá apoiar a extensão da vida útil de reatores existentes, melhorias em redes elétricas e investimentos em infraestrutura associada. O plano também inclui acelerar o desenvolvimento de pequenos reatores modulares (SMRs), para que se tornem viáveis para mais países.

A fundação do novo posicionamento é também geopolítica. Países como os Estados Unidos — maior acionista do Banco Mundial — veem o financiamento nuclear como um instrumento estratégico para enfrentar a crescente influência de gigantes estatais russas e chinesas. A Rosatom, da Rússia, por exemplo, está construindo usinas em países como Turquia, Irã, Bangladesh, China e Índia.

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A energia nuclear, embora impopular após desastres como os de Fukushima (2011), Chernobyl (1986) e Three Mile Island (1979), voltou ao centro do debate climático por fornecer energia estável e sem emissões. Isso a torna uma aliada de fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica, especialmente diante da crise climática e do crescimento de tecnologias intensivas em energia, como a inteligência artificial.

O Banco Mundial, que não investia no setor desde 1959, rompe agora com o bloqueio histórico imposto por motivos políticos e preocupações com proliferação nuclear. A decisão pode influenciar outros bancos multilaterais, como o Banco Asiático de Desenvolvimento, a reverem suas posições.

Na esteira dessa mudança, o Banco Mundial reafirmou que continuará financiando fontes renováveis como solar, eólica, geotérmica, hidrelétrica e termelétricas a gás — desde que compatíveis com metas climáticas. Em 2023, mais de 30 países am na COP28, em Dubai, um compromisso de triplicar a capacidade nuclear global até 2050 para atingir os objetivos do Acordo de Paris.

O movimento segue uma tendência mais ampla: no ano ado, o Banco Europeu de Investimentos também flexibilizou sua posição em relação à energia nuclear, após forte pressão de países produtores, especialmente a França.

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