Como funciona o ‘Clube dos Homens Chatos’, para quem ama o tédio 1o523v
No grupo, membros são proibidos de comentar assuntos interessantes ou emocionantes 4il19

Nem sempre ser engraçado é o que os outros procuram. Esse é o lema do Dull Men’s Club (Clube dos Homens Chatos, em português), onde os integrantes só podem falar sobre assuntos tediosos – aliás, quanto mais chatos, melhor. O britânico Allan Goodwin, um dos membros, se preocupa com a possibilidade de fazer uma publicação que saía do tom monótono exigido. Um dia, viu um pica-pau-malhado-pequeno em seu jardim e quis postar, mas voltou atrás por acreditar ser “emocionante” demais para os apaixonados pelo tédio.
No site do clube, as postagens são sobre o Dia Mundial da Tartaruga ou perguntas sobre como os integrantes comemoraram o Dia Mundial do Donuts nos Estados Unidos. Não há tema pré-definido, qualquer temática pode ser abordada no grupo, mas desde que siga a linha do tédio. O fundador da turma dos chatos Grover Click, 85 anos, tem costume de dizer que ser tedioso é uma arte que pode até se tornar divertido. “Um lugar seguro para comentar sobre coisas do dia a dia. Não existe um nível obrigatório de tédio”, afirmou ao The Guardian.
O Dull Men’s Club surgiu no final dos anos 1980. Grover estava com os amigos sentados em um clube New York Athletic lendo revistas sobre diferentes tipos de lutas, quando se deram conta de que não faziam nenhum desses esportes ditos “interessante”. Assim, perceberam que eram… chatos. E, ao invés de lutar contra, abraçaram o tédio.
Hoje, o grupo no Facebook tem mais 1,9 milhões de membros e há um calendário anual de hobbies peculiares – além de um livro, Dul Men of Great Britain (Os Homens Chatos da Grã Bretanha, em português). Além disso, Grover foi premiado duas vezes: um como o Anorak do Ano no Reino Unido e outro de Personalidade do Ano da DMC. Quanto tédio.